16 de março de 2013

Análise: saiba se vale esperar pelo Galaxy S4 diante do iPhone 5

Enquanto que a companhia de Cupertino lançou em setembro do ano passado o iPhone 5 , que finalmente chegou com mudanças no design, abandonando a mesma carcaça mostrada em 2010, os rumores confirmaram que foi a vez da Samsung mostrar um celular com a cara já "conhecida" pelos consumidores, e apostar nas mudanças de dentro do aparelho além de uma modificação minúscula no tamanho da tela. Sendo assim, surge uma pergunta importante para quem está em cima do muro: diante dos rivais, vale a pena esperar ou logo mergulhar de cabeça em um iPhone 5?

Concorrentes
Com uma tela ligeiramente maior, o Samsung Galaxy S4 chega com um display de 5 polegadas, está mais fino e leve do que seu antecessor, com um design muito parecido com o S3. Todavia, a Samsung apresentou para os consumidores uma enxurrada de novos recursos agregados ao sistema Android 4.2.2, além de um hardware que promete fazer o celular “voar baixo”, incluindo uma câmera de 13 MP e um processador Exynos 5 com até oito núcleos. O aparelho, de acordo com a fabricante, chegará ao país em abril, a partir de R$ 2,4 mil.

Depois de seis anos com as mesmas 3,5 polegadas de tela, o iPhone 5 (disponível a partir de R$ 2.700, valor superior ao que será cobrado pelo novo smartphone da Samsung) se dobrou à demanda de displays maiores, e foi lançado com uma tela Retina de 4 polegadas. De acordo com as especificações técnicas, o celular da Apple mantém o cinturão de smartphone mais fino do mundo, visto que o Galaxy S4 “engordou” neste lançamento e deu à Apple também o título de dispositivo mais leve, provavelmente como consequência do aumento da amperagem da bateria, tudo para aguentar todo o poder debaixo do “capô” do celular sul-coreano.

À luta
Colocando ambos os celulares no ringue, num primeiro momento ficaria claro que a vitória seria do aparelho da Samsung, que possui câmera, processador, memória RAM e tela maiores. Contudo, ter este cardápio notável de peças e recursos não é uma fórmula de sucesso absoluto, mesmo que não deixe de ser impressionante. Antes de decidir qual o caminho seguir é importante dividir a massa de consumidores em dois distintos perfis: quem não possui um smartphone ou é dono de um aparelho antigo e aqueles que têm um iPhone.

Aos marinheiros de primeira viagem, a melhor descrição para o Samsung Galaxy S4 é que ele é um aparelho para entusiastas, usuários que fazem questão ou precisam do produto mais rápido do mercado. Todo esse poder está muito acima dos desafios que o mercado de aplicativos tem a oferecer, e por um preço salgado: R$ 2,5 mil. Gastar tudo isso no celular pode deixar o consumidor com a sensação de que comprou uma Ferrari mas terá que se contentar em correr em uma pista de kart.

Claro que recursos como Smart Scroll (rolagem da tela com os olhos) e o S Translator (um tradutor de idiomas por voz, disponível em português) são funcionalidades impressionantes, mas se resumem a um luxo dispensável - assim como os dois assistentes pessoais por voz, o Siri do iPhone e o S Voice, da Samsung, ambos sem a menor pista de quando serão liberados em português. Para quem deseja um ótimo smartphone que aguente apps pesados e o tranco do dia a dia, um bom exemplo é o Galaxy S II Lite. Além de mais poderoso do que um iPhone 4S, o preço cabe no bolso (R$ 1 mil), muito mais em conta do que um iPhone 5 ou o recente lançamento da Samsung.

Outro ponto importante é que, da mesma forma como aconteceu com o iPhone 5, a sensação é que o consumidor terá em mãos um produto “evolucionário”, e não propriamente revolucionário, recheado de mudanças que parecem aplacar problemas ou pequenas lacunas de um modelo anterior, sem roubar o fôlego do público. A porta está aberta para quem deseja um dos aparelhos mais completos e “turbinados” do mercado, mas a sensação de quem ficou uma geração atrás é que não se perde tanto ao abrir mão do aparelho de ponta, seja um S3 ou um iPhone 4S. Para os usuários de dispositivos da Apple, o Galaxy S4 pode soar como um “passo maior do que a perna”, visto que o iPhone 5 não passa vergonha nem engasga, levando em conta uma loja de mais de 750 mil aplicativos.

Mesmo assim, na esperança de absorver usuários da companhia de Cupertino e também de outras fabricantes, a Samsung apresentou com seu novo smartphone um recurso chamado “Smart Switch”, que facilita a transferência de informações de um aparelho para o novo S4. A funcionalidade é uma ótima pedida para quem deseja experimentar o novo dispositivo sem se preocupar com migrações de dados muito complicadas, um golpe certeiro nos aparelhos com iOS, sistema operacional fechado e voltado apenas ao ecossistema criado pela Apple.

Caros rivais
Sendo assim, temos em um dos lados da balança o Galaxy S4, um celular com um hardware “megalomaníaco” e recursos de software de encher os olhos, mas ancorado em um sistema operacional aberto que já se provou instável e até inseguro, inserido no contexto do Google Play, uma loja de aplicativos que deve alcançar 1 milhão de aplicativos até o meio do ano, mas que é um território livre para desenvolvedores, mas também para pessoas mal intencionadas. Do outro lado, há o iPhone 5, de tamanho confortável, equipado com o suficiente para suportar todos as tarefas desde trabalho a lazer e montado em um software sólido, mas enclausurado num universo proprietário.

Trocando em miúdos, o novo smartphone da Samsung é para quem não pensa em trocar de aparelho tão cedo assim, e faz questão de empunhar um celular verdadeiramente turbinado, sabendo dos possíveis reveses do Android. Já o iPhone 5 é a escolha dos que preferem menos a mais, em um design elegante, discreto e equipado com o suficiente para não passar vergonha de jeito nenhum, mesmo abrindo mão de certa liberdade perante às amarras do iOS. Todavia, este último grupo não está isento de ter que pagar mais por um aparelho que, querendo ou não, está um pouco menos alinhado com os lançamentos e tendências do mercado móvel de alto desempenho, o que também pode significar uma troca de aparelho mais rápidapara quem deseja se manter antenado.

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